CARTA PARA APOIADORES



SOBRE O FILME


ÃNIMA é uma proposta estética a ser gravada como Curta Metragem e exibida em Festivais por todo Brasil, E. U. A e Europa.

Produzido pela CHIMICHANGA FILMES, CINEMA DE ANIMAÇÃO DA UFPEL e a ILUSTRANDO IDÉIAS é dirigido pelos jovens cineastas
EXPINHO e DIEGO URRUTIA.

ÃNIMA é a história de um desenhista amador, aficcionado por quadrinhos e estudante de química, que rabisca todos os dias e noites a mesma jovem e linda garota sem fazer ideia de que ela pode estar muito mais perto do que imagina.

O universo deste personagem universal, um jovem solitário que em um momento fortuito é capaz de ver além das aparências do mundo e do resto das pessoas, passeia por uma Pelotas Viva e pulsante. Personifica este jovem chamado Léo, toda uma geração, tão menosprezada e sempre a procura daquilo que não se pode apreender, do subjetivo na relação com o outro, do infinito de possibilidades que deriva de cada novo encontro, vivido ou não vivido.

Esta obra de realismo fantástico debruça literalmente o olhar sobre a alma de forma singular e plural, nossas potencialidades enquanto seres humanos, indiferente se cosmopolitas ou não. Os desencontros e acaso de viver.
As infinitas trocas destas vidas e não vidas.

A ambição de ÃNIMA é ser uma grande obra.
Servindo de exemplo para o mundo da força e inventividade da produção cinematográfica independente brasileira e pelotense.

Soprando, divulgando, ampliando a visibilidade dos produtores e seus
APOIADORES.

ÃNIMA PERIÓDICO #2


Primeira vez



“Este filme é de todos nós, por todos nós”
Diego Urrutia, Diretor.

11 de maio de 2010, uma terça feira com chuva fina ao final de tarde. Nossa primeira reunião. Uma extensa pauta e mais de duas horas depois de começada, estavam todos com aquele sentimento de gostosa ansiedade. O encontro aconteceu no Instituo de Artes e Design da UFPEL. Definimos o cronograma e coletivamente fomos desatando os pequenos nós desta delicada fase de pré-produção.Fechamos uma Carta aos possiveis apoiadores, criamos uma caixa colaborativa de fundos para o curta e dissertamos prolixicamente sobre a arte da nossa peça.

A cada palavra, cada colocação, fica evidente o quão plural é esse projeto. Um todo de infinitas vontades a se administrar. Nosso diretor de chimarrão na mão a sugerir Y: THE LAST MAN na camiseta de nosso protagonista. Nosso protagonista, Itárcio, Pernambucano galã e preocupado com as intempéries psicológicas do nosso LÉO. Camila Cuqui, sua linda companheira de cena, nossa BIA. O Lucas, a Jô e a Nuit, colegas de Artes visuais e Animação que juntam-se ao projeto. O Caio nosso diretor de produção, sempre sóbrio, sempre Caio. Rai a tirar fotos e Paty a fazer canecas. Aninha a impor seu jeito pró-ativo e retado, Nana, meu raio de Sol, sempre atenta, por mais que não pareça. Duzão jogado no sofá pronto para desenhar. Dú Bauru o homem das coisas certas e das ações. Thali e sua paixão pelo cinema que contagia. Gilson e seu jeito elegante de diretor de elenco. Alguns ainda que não puderam comparecer a reunião mas são tão indispensáveis quanto os outros. Beatriz, a carioca que fará de todos mais bonitos, Kami nossa bela continuista que se finge de tapada e Carol a figurinista dos meus sonhos e pesadelos. Todos lindos...

Que honra é ter mina figura torta do lado desses camaradas.
Camaradas para além de qualquer Luta.
Para além de qualquer corpo ou carcaça
Para além de qualquer sangue
De Estudo, de Trabalho, de Vida...

DE ÃNIMA.

ÃNIMA PERIÓDICO #1

Momento Pré Natal.


Um parto é sempre um parto. O momento em que pula ao mundo uma cabeça, um pequeno filho. Um parto tem sempre hora e data certa. É um parto sempre um futuro aniversário. Imemorial é o momento da concepção. Eu, Juliano, Diego e Rodrigo somos pessoas completamente diferentes, com história, presente e ambições diferentes. Deste encontro nasceu o ensaio, as conjecturas de um projeto.
Ou será que não?

Eu sou uma pessoa completamente diferente de mim mesmo. Agora em Pelotas, todo dia encontro com pessoas ainda mais diferentes umas das outras e delas mesmas. Esta observação tem um meio tom acetinado de desespero. Cada dia novas pessoas, novos eus, novos eles, nada se faz ordinário, tudo se encontra em um momento extra, cheio de surrealismo e imponderabilidade artística. Deve nascer daí então a vontade de fazer um filme diferente, existencialmente fantástico...
Ou será que não?

Somos todos estudantes apreciadores de Cinema. Postulantes a Cineastas, VideoMakers, Animadores. Dentro de uma faculdade, equipamentos a disposição, ideias a fervilhar, vontade na pele como arrepio em cidade gelada. De que importa se o professor não passou o trabalho? Indiferente somos as burocracias acadêmicas neste ponto de fuga em que estamos. Queremos fazer! Queremos deitar e sonhar com futuras realizações, a vida no Set, o mundo de possiveis premiações e apoios incondicionais. Agora sim, só pode ser este o momento da concepção.
Ou será que não?

Não deve dar para saber qual vez deitamo-nos juntos com nossa criação e engravidamos. Será que se escolhe FAZER Cinema? Será que se pode SER Cinema?

Lá pelos meus 10 anos, pai perguntou o que eu queria ser quando crescer...
Eu parei, respirei fundo largando minha revista do Batman no chão e ajeitando o aparelho que me feria a boca. Virei pro Pai e disse com a única convicção que uma criança magricela pode ter.

Expinho: “Bombeiro... Não, Policial, Não... Ééééé... Ascensorista, Não, Jogador de Ping Pong, não... Ééééé...”

Pai riu enquanto eu tentava lembrar de mais alguma coisa boa pra se fazer
Levantou, desligou a Tv e foi pra seu quarto enquanto eu ainda apertava minha mente em busca da resposta. Hoje eu imagino o que possa ter sido a resposta que pai me deu com aquele sorriso:

Pai: “Que pergunta cretina a minha... Esse menino maluco vai SER isso tudo mesmo... Vai FAZER Cinema!”

Expinho: “Tô fazendo Pai... Tô fazendo...”

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